Já
faz bastante tempo que não postava nada no blog. Tempos difíceis! Mas nem por
isso tempos menos produtivos. Então resolvi relatar, num texto curtinho, uma tendência
com a qual tropecei por acaso no laboratório. E é sobre a relação existente
entre fc (resistência à compressão) e fctm (resistência à tração na flexão).
Existem algumas coisas que eu já sabia sobre isso:
·
A resistência à tração do concreto é muito
pequena quando comparada à compressão;
·
A maioria dos técnicos estabelece que a
relação fctm / fc é de cerca de 10%;
·
Este percentual pode variar conforme as
características do traço, os materiais constituintes, o uso de aditivos, fibras
(nem tanto!), etc.
O
fato é que eu estava rodando no laboratório uma curva de formulação destinada a
melhorar minha capacidade de antecipação diante de especificações de traços com
fctm,k elevados. Coisa comum em pavimentos rígido e pisos industriais. Então, a
ideia era relacionar diversos fatores a/c com o modulo de ruptura do prisma à
flexão em várias idades, já que podem ocorrer demandas de carregamento precoce,
como em protensão ou trafego imediato. Ai percebi que, apesar de mantidas todas as
características de dosagem e todos os materiais constituintes, a relação entre
a resistência à compressão do cilindro e à tração no prisma não se manteve a mesma
em todos os fatores a/c, nem entre as idades.
Eu
esperava que, quanto o a/c subisse, a resistência à tração caísse em perfeita
comunhão com a compressão, mantendo os cerca de 10%. O mesmo valendo para as
idades menores que 28 dias. Mas notei que a relação percentual variou e, notadamente,
variou em uma linha de tendência bastante regular. Tão regular, que permitia
até a realização de previsões com boa chance de acerto, me levando às duas
hipóteses abaixo:
Primeira tendência: Quanto menor o a/c,
ou seja, quanto mais forte o concreto, maior o percentual que a resistência à
tração assume, em relação à compressão, sugerindo que a redução do a/c favorece
mais àquela que esta.
Segunda tendência: Quanto maior a idade
de ruptura dos corpos de prova, menor o percentual assumido pela tração em
relação à compressão, indicando que o passar do tempo favorece mais à
compressão que à tração na flexão.
Queria
apenas compartilhar esses resultados, na esperança de que alguém possa me dizer
coisas como “Todo mundo sabe disso, poxa vida!”, ou “Isso pode ser uma coisa
nova”, ou “Você deve estar enganado, testa de novo”. Ou talvez alguém se anime
a testar também e colocar isso a prova. Qualquer coisa, estou por aqui. Abraço
forte!
Achei muito interessante!
ResponderExcluirPara fins de comparação, eu deduzi de dados teórico que um concreto geopolimérico tem fctm/fc acima de 17%.
Espantoso não!?
Realmente, um numero impressionante! Eu nao sei absolutamente nada sobre concreto geopolimerico, preciso me atualizar a respeito. Se voce puder, meu caro Mauricio, escreca alguma coisa sobre aqui no blog! Manda pro resende.carlos@ymail.com. Seria uma satisfacao publicar aqui!
ResponderExcluirSempre achei que você fosse um excelente e imcoparável professor Carlinhos, disfarçado de aluno aprendiz.
ResponderExcluirMARCELO AMORIM
Grande amigo Marcelo! Tudo que aprendi, foi convivendo com bons profissionais, tais como você. forte abraço!
Excluiro mundo precisa de pessoas assim, que compartilham conhecimento
ResponderExcluirObrigado, meu caro. Queria poder ser mais assíduo com os textos.
ExcluirSim, este é o conceito que traz benefícios e crescimento á nossa importante área de conhecimento....
ResponderExcluirA gente continua na busca! Abraços, caro Gladston!
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