quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Resistência à tração na flexão x compressão: Uma relação não linear


 
Já faz bastante tempo que não postava nada no blog. Tempos difíceis! Mas nem por isso tempos menos produtivos. Então resolvi relatar, num texto curtinho, uma tendência com a qual tropecei por acaso no laboratório. E é sobre a relação existente entre fc (resistência à compressão) e fctm (resistência à tração na flexão). Existem algumas coisas que eu já sabia sobre isso:

·         A resistência à tração do concreto é muito pequena quando comparada à compressão;

·         A maioria dos técnicos estabelece que a relação fctm / fc é de cerca de 10%;

·         Este percentual pode variar conforme as características do traço, os materiais constituintes, o uso de aditivos, fibras (nem tanto!), etc.

O fato é que eu estava rodando no laboratório uma curva de formulação destinada a melhorar minha capacidade de antecipação diante de especificações de traços com fctm,k elevados. Coisa comum em pavimentos rígido e pisos industriais. Então, a ideia era relacionar diversos fatores a/c com o modulo de ruptura do prisma à flexão em várias idades, já que podem ocorrer demandas de carregamento precoce, como em protensão ou trafego imediato. Ai percebi que, apesar de mantidas todas as características de dosagem e todos os materiais constituintes, a relação entre a resistência à compressão do cilindro e à tração no prisma não se manteve a mesma em todos os fatores a/c, nem entre as idades.

Eu esperava que, quanto o a/c subisse, a resistência à tração caísse em perfeita comunhão com a compressão, mantendo os cerca de 10%. O mesmo valendo para as idades menores que 28 dias. Mas notei que a relação percentual variou e, notadamente, variou em uma linha de tendência bastante regular. Tão regular, que permitia até a realização de previsões com boa chance de acerto, me levando às duas hipóteses abaixo:

Primeira tendência: Quanto menor o a/c, ou seja, quanto mais forte o concreto, maior o percentual que a resistência à tração assume, em relação à compressão, sugerindo que a redução do a/c favorece mais àquela que esta.


 
Segunda tendência: Quanto maior a idade de ruptura dos corpos de prova, menor o percentual assumido pela tração em relação à compressão, indicando que o passar do tempo favorece mais à compressão que à tração na flexão.

 

 
Queria apenas compartilhar esses resultados, na esperança de que alguém possa me dizer coisas como “Todo mundo sabe disso, poxa vida!”, ou “Isso pode ser uma coisa nova”, ou “Você deve estar enganado, testa de novo”. Ou talvez alguém se anime a testar também e colocar isso a prova. Qualquer coisa, estou por aqui. Abraço forte!
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